domingo, 15 de maio de 2016

O que vou fazer na minha licença maternidade?

Toda experiencia pode ser vivida de formas diferentes, mesmo as duas acontecendo nas mesmas circunstancias, elas podem ter desfechos completamente opostos ao que nós imaginamos. Tirei licença maternidade na gestação do Gabriel e nós viajamos, passeamos e foi bem intensa. O Gabriel era um bebê muito tranquilo e sempre muito adaptável a qualquer circunstancia. 
Segundo filho já traz em sua bagagem a situação de não ser o único ser dentro de casa que depende dos pais, ou seja, a nossa rotina pré estabelecida fica muito louca e até tudo se normalizar é tenso. Roupa, bagunça, banho, comida, atenção, tudo isso em dobro, levou um certo tempo para que me adaptasse a vida de dois filhos mas acredito que em dois meses as coisas entraram no eixo. 
Quando estava no final da gestação e próxima da licença maternidade só conseguia pensar em quanto tempo ficaria em casa só curtindo meu filhotinho. São seis meses de licença mais um de férias, são muitos dias e seria intenso e faríamos tantas coisas. Mas tinha noção do trabalho que era cuidar de um bebê, afinal licença não é férias, apesar de ter ouvido isso de algumas pessoas, mas como a licença do Gabriel aproveitei bastante, achei que tudo seria igual.
A minha licença maternidade foi extremamente tranquila e aproveitei cada segundinho grudada no meu filho, amamentei muito, dei muito colo, tirei muitas fotos, dormi junto, enfim, aproveitei a maternidade exclusivamente em minha vida enquanto pude. Mas acreditava que sairia muito mais, que faria viagens e estudaria para alguns cursos e certificações que preciso tirar. E nem preciso dizer que mal tive tempo para nada. Foram sete meses em casa, mal saia no portão e mal tirava o meu pijama. Comecei a frequentar uma academia desde os dois meses do Joaquim, são três vezes por semana e esse era meu máximo de sair de casa.
Não me arrependo de não ter feito mais coisas mas gostaria de ter mais tempo para fazer. Tive alguns receios de sair por conta dos surtos de gripe h1n1, vacinas que o Joaquim ainda não havia tomado também e outras milhares de coisas que foram influenciando. Com ele maiorzinho talvez teria mais coragem para fazer algumas coisas.
Dentro de casa tive a super sorte de poder dividir o dia a dia com o Bruno, o que me ajudou a não pirar de ficar sozinha, fora a minha família que também sempre está presente no nosso dia a dia. Mas ainda assim foram dias de ciclos eternos, limpar casa, lavar roupa, arrumar bagunça, fazer comida, lavar louça e isso não tem fim, NUNCA. Nós dois revezamos, enquanto o Bruno varria, eu amamentava, enquanto eu estendia a roupa, ele ficava com o Joaquim no colo, enquanto ele arrumava o quarto, eu dava banho no Gabriel e por ai vai. É muito trabalho, muito intenso e cansativo. Mas já sinto saudades de tudo isso e ainda assim sinto saudades de poder me dedicar a algo que não seja apenas eles e sim a mim mesma, poder me cuidar, ser a Marina mãe para ser a Marina mulher, sabe? É um sensação que eu também tive quando o acabou a licença do Gabriel, eu amo estar com os dois e ta doendo muito o meu coração, o Joaquim mama no peito e sei que vou sofrer no começo mas sei que essa sensação vai passar. 
Faltam exatos dois dias para o meu retorno ao trabalho e tenho uma mistura de sensações dentro de mim, busco focar no que é positivo, o Joaquim vai ter o privilégio de ficar alguns meses a mais com o papai em casa, já que nós não colocamos ele no berçário ainda, tenho a tranquilidade de trabalhar na mesma cidade que moro e ser mais fácil de atender a qualquer emergência, o meu horário de trabalho me permite sair e chegar em bons momentos e que se adequam a rotina do Joaquim e o mais importante é que nós somos adaptáveis ao meio que vivemos e tenho certeza que vamos nos adaptar, talvez muito mais rápido do que eu mesma imagino. 
Desde quando o Joaquim completou dois meses de vida penso em como será o meu retorno, esse dia me atormentou durante toda a minha licença maternidade, em muitos momentos pensei que não aguentaria, algumas pessoas perguntam e outras já jogam na minha cara "como eu consigo ou tenho coragem de voltar ao trabalho com um bebê pequeno em casa", não me incomoda a curiosidade das pessoas em saber como faço mas percebo aquele julgamento por trás desse questionamento e digo que a necessidade faz isso conosco, não me arrependo e não me culpo por trabalhar. O meu amor, minha dedicação e a qualidade de vida que eu posso propor aos meus filhos fala mais alto do que qualquer pessoa que possa vir a me julgar.
De qualquer forma percebo que o tempo realmente não nos perdoa e voa. Os dias passaram numa velocidade indescritível, o Joaquim já completou seis meses de vida e nós estamos voltando para a realidade. Sorte para nós!


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