sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

A livre demanda e o que ela demanda

Quando pensamos na amamentação acreditamos que seja algo natural e aparentemente fácil. Quando o Gabriel nasceu tinha muita vontade de amamenta-lo mas não sabia o tanto de coisas que poderiam prejudicar todo o processo. O Gabriel não mamou na sua primeira hora de vida e só veio no meu colo oito dias depois de nascido, durante este período ia no banco de leite do hospital e tirava leite com a bombinha. Fui informada que a alimentação seria por sonda e com leite artificial, meu leite não estava sendo oferecido para ele. Após os oito dias pude amamenta-lo e foi muito tranquilo, nós começamos ali a nos conhecer, meu peito não doía e a pega dele, de acordo com a enfermeira, estava correta. Eu nunca procurei muitas informações sobre nada além de enxoval, brincadeiras e itens indispensáveis. Para mim estávamos em um bom caminho, enquanto nós não estávamos juntos e eu o amamentando, ele tomava fórmula. Gostaria muito de amamentar porém não me sentia culpada ou achava ruim o fato dele tomar a fórmula. Quando saímos da maternidade, quinze dias depois, já tinha uma prescrição para tomar NAN e o tanto de ml. A primeira coisa que eu comprei quando cheguei em casa. Eu não conseguia acreditar que era possível amamenta-lo apenas com o peito já que no hospital existia o complemento. Como ele usava chupeta, o hospital no segundo dia de vida solicitou uma, utilizava a mamadeira para tomar o complemento, a pega dele foi ficando cada vez mais prejudicada (mas eu não sabia disso)e ele começou a me machucar e eu comecei a pegar raiva de dar de mamar, chorava cada vez que ele acordava e chorava de fome. Comecei associar a situação a minha falta de experiencia, a fome que ele estava sentindo, já que meu peito não parecia ser suficiente. Na consulta de um mês e pouquinho com o pediatra, cheguei no meu limite e disse que não amamentaria mais. Ele tentou insistir e eu novamente neguei, com todas as forças. O bebê não queria mamar e eu não queria amamenta-lo por me sentir incapaz. Achava que o Gabriel esta me "chupetando", sabe? Mas aprendi que na realidade isso se chama sucção não nutricional e é importantíssimo para o bebê. As mamadas duravam mais de uma hora e eu me sentia exausta, ninguém me avisou que era assim, que um bebê demanda tanto tempo, hoje percebo que tudo o que ele queria era estar próximo a mim e mamar fazia isso. Ele ficou quinze dias em uma UTI e na maior parte do tempo longe de mim, já que ficava por um período máximo de oito horas por dia no hospital. Mas veja bem, naquela época era aquela as informações que eu tinha. E assim o Gabriel seguindo tomando fórmula e sim, está bem! Apesar de ter bronquite, a imunidade dele não ser muito boa, e principalmente por nós dois não termos tido este tipo de vinculo que hoje vivo com o Joaquim e percebo que me faz tão bem. 
Quando engravidei do Joaquim, já sabia que a amamentação era importante e como ela funcionava em tese e com pouquíssima experiencia. Consegui vencer mais uma batalha dessa guerra, a primeira foi o parto, algo que eu almejei muito e consegui realizar, foi exatamente como sonhei. A amamentação foi a segunda e não menos importante. Amamentar é muito além de alimentar, também é vinculo e amor. Mas mesmo com toda essa romantização, não deixa nenhum pouco de ser difícil e é preciso estrutura, principalmente emocional. Tive muita vontade de comprar uma lata de NAN e dar pro Joaquim, no terceiro dia de vida dele e não vejo isso como algo ruim, na verdade eu queria muito amamentar mas estava muito dolorido e eu queria desistir sim, porque não é fácil!
Por aqui a amamentação é em livre demanda e é muito bom para o Joaquim. Mas demanda que eu tenha sempre alguém que pelo menos me auxilie. Esse dois primeiros meses do Joaquim, o Gabriel esteve de férias e sempre me solicita quando estou amamentando e eu me sinto péssima de não poder estar disponível quando ele precisa. Ainda bem que tenho ajuda em tempo integral do marido, a titia também sempre está por aqui, aos finais de semana tem avós, primos e amigos. Também acho super complicado ter que estar disponível 24 horas por dia para amamentar já que as vezes gostaria de ir dar uma voltinha para dar uma distraída sem me preocupar com o horário da ultima mamada e a próxima que esta por vir ou qualquer outra coisa. Sempre levo o Joaquim comigo onde vou, afinal ele mama em livre demanda e então as mamadas nem sempre são certinhas nos horários, ele por vezes mama a prestação, a cada cinco minutos ou espaça quatro horas e eu não tenho como saber quando será assim. Deixo de fazer varias coisas justamente por amamentar, acaba me privando. Mas isso tudo é só para compartilhar que as vezes eu sinto que é muito difícil amamentar e sinto que algumas pessoas, principalmente quem é desse mundo 'humanizado', acabam julgando a mãe que tem esse sentimento, a entrega é linda mas também exige muito de nós. É possível fazer a maioria das coisas mesmo amamentando só exige um pouco mais de nós. Costumo dizer que o parto é mais fácil do que amamentar, por que amamentar é uma situação que no primeiro mês por exemplo, estamos quase que o tempo todo com o bebê plugadinho. Mas veja, eu amo amamentar, as vezes rola uma reclamação mas quem nunca?
A amamentação fortalece nosso vinculo com o bebê e agora o Joaquim olha profundamente nos meus olhos, ele também sorri e conversa comigo enquanto mama. Sem conta todos os outros benefícios da amamentação. O Joaquim vai para a escolinha em maio e já estou começando a pensar como será essa amamentação, já que não tenho como tirar leite durante o trabalho ou mesmo amamenta-lo durante o expediente, não consigo nem pensar em dar a fórmula para ele. Eu me sinto como se tivesse traindo tudo o que eu aprendi e me dispus a fazer e fiz durante esse período de amamentação. Alguns dizem que eu me dedico demais e me culpo por muito pouco. Eu tenho comigo que os esforços que faço é apenas para o bem do meu bebê. Li por aí que é possível deixar leite materno na escola e tudo mais, vou me informar na escola e depois venho relatar.
Hoje eu estou disponível e sou solicitada o tempo todo pelos meus filhos e por mais que isso seja muito cansativo e me tome muito tempo, não posso achar ruim. O tempo é tão relativo, com crianças é tão rápido que passa ser assustador, veja o Joaquim já esta com quase três meses e o Gabriel com três anos e meio, o tempo voa. Quando meus filhos crescerem já não vão mais querer que eu fique em cima deles, então aproveita agora para curtir os dois mas também não quer dizer que eu não posso me sentir cansada e por muitas vezes reclamar também. A demanda é grande mas o amor também.




Beijos :)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

o segundo mês do Joaquim

O segundo mês do Joaquim foi um pouco mais tranquilo do que o primeiro. Já estou conseguindo lidar com toda a rotina sem achar que estou fazendo tudo errado. Não consegui tempo para registrar na data certa mas fui anotando no celular para não me esquecer de nada. Então vamos ao post do segundo mês com o Joaquim em nossas vidas!


                         

  • Com desfalque de dez dias, está pesando 5,300 kg e medindo 59 cm. Tá enorme!

  • Andou pela primeira vez de ônibus no dia 9 de dezembro para ir na consulta de um mês;

  • No dia onze de dezembro conheceu a priminha Cecilia;

  • No dia 15 e 16 quase rolou um desmame e o motivo foi a chupeta. Isso porque a chupeta era usada pouquíssimas vezes. Pedi ajuda no grupo GVA do facebook e ainda bem não rolou desmame e não usa mais chupeta;

  • Tirou foto com o papai noel no dia 16 de dezembro, ficou lindo! Segunda vez que foi ao shopping;

  • Já dorme seis horas por noite e tira varias sonecas pelo dia; 

  • Começou a perder alguns bodys RN e começou a usar calças tamanho 6 meses;

  • Usa fralda P e não precisamos mais trocar tantas, ultima troca antes de dormir, por volta de onze e meia e depois troca quando acorda, ai depende do dia. Na maioria das vezes as seis ou sete da manhã;

  • Já adora ficar só de fralda, quando vamos trocar já fica animado;

  • Não fica mais tão incomodado depois do banho e a maioria dos banhos são no chuveiro;

  • Primeiro natal e ano novo, dormiu durante a comemoração, acordou a meia noite após os fogos, mamou e dormiu de novo. Não assustou com os fogos;

  • Já dá alguns sorrisos e já arrisca soltar sons e parece que está falando 'angu';

  • Dormiu pela primeira vez no berço no dia 20 de dezembro e foi super tranquilo; 

  • Quando acorda e vê a gente já da um sorriso lindo;

  • Continua viciado nas musicas mas já está menos frequente a musica ligada (no primeiro mês, ouvíamos musica o dia inteiro);

  • Acompanha a gente com o olhar, presta atenção na luz da TV;

  • Extremamente calorento;

  • Tomou a vacina dos dois meses e diferente do irmão, teve reação. Febre baixa no dia e no dia seguinte. Muita dor na perninha, fizemos compressa de água corrente com uma fraldinha. Tomou a vacina pela manhã e começou a ter a reação depois das duas da tarde;

  • Continua mamando em livre demanda.
Novamente estou postando com dez dias de atraso mas mesmo assim fica valendo o registro!

Beijos



segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Despedida e recomeço

Primeiro dia útil do ano de dois mil e dezesseis. Não consegui escrever uma retrospectiva para o ultimo post do ano mas gosto muito de escrever sobre o que passou e poder relembrar depois. Mãe de dois já não tem uma memória muito boa, né?
O ano de dois mil e quinze foi transformador, libertador e intenso. Começou com a nossa vontade de retomar os planos que nós sempre tivemos de nos mudar para Boston e viver com o Gabriel lá. Planejamos tudo mas no meio disso acabei ficando grávida de novo. A descoberta da gravidez foi a chance de reviver e viver momentos que idealizei por algum tempo. Foi um ano difícil por estar distante do meu marido e complicado assumir para nós mesmo que nossa vida fora do Brasil não seria como nós planejamos. Optamos por ficar no Brasil e com o Bruno finalmente por aqui, resolvi viver a gravidez de fato. O Gabriel teve que lidar com a distancia com o pai e nós ficamos muito mais unidos nesse tempo em que o Bruno esteve fora, ele me surpreendeu o quanto e forte e companheiro. As vezes mais maduro do que eu para lidar com a distancia.
O Gabriel cresceu muito nesse ultimo ano, largou a chupeta e desfraldou. Agora estamos tentando o desfralde noturno, não está fácil mas aos poucos vamos conseguir. Viajei nas férias para Boston, viajei pela primeira vez de avião na vida, arrisquei algumas vezes no inglês para me virar, conheci lugares lindos e pude conviver um pouco com uma parte da família do Bruno. Foram dias bem legais. Pude fazer o enxoval do Joaquim e realizar o meu sonho de um parto domiciliar. Foi incrível, as vezes me pego pensando se eu vivi aquilo mesmo de tão magico.
Hoje somos em cinco na nossa casa, contando com a Mia. O Joaquim é incrível e a cada dia que passa vamos nos conhecendo mais e amando mais. Não é fácil conciliar a vida de mãe de dois mas estou fazendo meu máximo, o Gabriel pede bastante atenção principalmente em momentos que eu não posso estar com ele. Sente ciumes e esta muito 'arteiro', era algo que nós já esperávamos. Foi um ano muito bom e só posso dizer que sou uma mulher abençoada por tantas coisas boas, até o que foi ruim, foi bom. Algumas coisas acontecem para que a gente cresça e melhore. Esse foi o ano. E eu que sempre achei que anos impares não me traziam muita sorte, estava enganadíssima.
Meu principal desejo para o ano de dois mil e dezesseis é que a minha família continue unida. Desejo saúde para nós e que os nossos planos se realizem. Espero conseguir cumprir minhas metas para esse ano que se inicia.