sábado, 27 de maio de 2017

Viajando com filhos pequenos

No ultimo domingo, fomos viajar, estou de férias e resolvemos passear com os meninos e o nosso destino foi o Blue Tree Park Lins, na cidade de Lins, interior de São Paulo. É um resort de águas termais, muito bom!
Fizemos a escolha desse lugar por recomendação de algumas pessoas próximas e conseguimos uma promoção e foi uma ótima escolha, o lugar é incrível, com estrutura para nós que temos crianças pequenas, o serviço é pensão completa, não incluindo bebidas alcoólicas. 
Nós esperamos quase as minhas férias todas para finalmente chegar a data da viagem, demos sorte que bem na nossa semana estava um clima ótimo, aqui em São Paulo onde moramos estava frio e chovendo. Levei bastante roupa de frio, afinal o tempo é imprevisível né? Nós ficamos cinco dias por lá!

Nós contamos para o Gabriel da viagem, uma semana antes e ele ficou muito animado. O Joaquim nunca viu uma piscina em sua pequena vida e nós ficamos ansiosos pela viagem. 


Nunca viajamos sozinhos com os dois, essa foi a primeira vez e foi tranquilo. Como nós não temos carro e muito menos dirigimos (isso mudara em breve), optamos ir de ônibus, sim, de ônibus com varias outras pessoas que iam para o resort. Foi mais demorado do que normalmente seria de carro mas foi uma viagem tranquila. Os meninos se comportaram muito melhor do que eu mesma imaginei.

Chegando por lá, ficamos muito feliz pela escolha do lugar, era tão lindo quantos as fotos e os dois pequenos amaram. No primeiro dia, chegamos as 15hrs e não conseguimos ir na piscina porque estava chovendo mas curtimos a brinquedoteca, os dois amaram o espaço, o Joaquim pirou num caminhão de bombeiro que tinha luz vermelha. 


O Gabriel nomeou o lugar como "nossa casa de férias", adorou que nós comemos no "restaurante" que na verdade era o local das refeições do hotel. Foi uma experiência muito legal, estar junto tantos dias e só dedicado a diversão dos pequenos. 







Mas nem tudo são flores e a vida que nós compartilhamos na internet nem sempre retrata a realidade né? Eu optei por não postar fotos durante a viagem, porque queria muito curtir as férias com a minha família, fiz alguns stories no instagram (segue lá @nossavidacomgabriel) mas postei apenas uma foto.  Acontece também que a viagem não foi tão tranquila, afinal viajar com crianças pequenas é sempre incerto.

Logo no primeiro dia já começamos a ter trabalho com o Gabriel que está numa fase dificílima, com quase cinco anos, qualquer entonação mais forte, reação exagerada da nossa parte, ele fica magoado, leva tudo ao pé da letra, sempre questionando tudo e bate o pé. Não é nenhum pouco fácil lidar. 
E o Joaquim que no primeiro dia gritou e chorou quase a noite toda, o que parecia ser uma dor pelo nascimento dos dentinhos. No dia seguinte estava mal humorado, devido não ter dormido, estava com medo de ir na piscina, não conseguia comer comida porque a boca doía, para completar nasceram umas três aftas de uma vez, o nariz entupido, um caos. 





É óbvio que não estou reclamando da viagem, que foi uma delicia mesmo com esses perrengues mas estou compartilhando algo que nem sempre lembramos que coisas assim podem acontecer.
Quando eu fiz a mala de viagem, o Bruno até me zuou e disse que eu estava levando a casa toda, que estava me preocupando a toa. Pois bem, levei todos os remédios possíveis e imagináveis. Essa foi a nossa sorte, ainda que me esqueci de uma pomada para aftas e tivemos que comprar por lá. A sorte que tinha uma farmácia delivery. 

Acho que o pior dia foi o penúltimo dia, ele já estava cansado de tanta dor, tudo doía na boca dele, só aceitava o leite e mais o menos. Chorava e reclamava muito, porém já estava curtindo a piscina. No final do dia achamos que estava melhor mas ainda assim a noite foi bem dificil, ele chorava muito pela dor e depois percebemos que pelo cansaço. Era muito estimulo para o Joaquim, conheceu a piscina, lugar novo, novos amiguinhos, muita brincadeira, ele ficava tão cansado que não relaxava para dormir e as noites foram caóticas. 


O Gabriel nós conseguimos lidar com as brigas, as tristezas e magoas. Ele também ficou super cansado mas demonstrava chorando por tudo no final do dia, chorava porque pedia para ir ao banheiro e a gente ia junto ou não, chorava porque queria a carne que estava no prato cortada de outro jeito ou não, chorava para dormir, para comer, para tudo. Mas logo que deitava na cama, capotava. Foi muito legal ver ele interagindo com outras crianças. O Gabriel é uma criança comunicativa porém é muito tímido, principalmente com crianças que não conhece, dificilmente faz amizades, nós sempre tentamos intermediar para que ele faça amizades, brinque mas ele fica na dele.
Ele gostou tantos dos novos amigos que desde quando viemos embora pergunta quando vamos nos encontrar com eles novamente. 



De qualquer forma, nós adoramos a nossa viagem, apesar desses pequenos perrengues, foi uma delícia, no ultimo dia, todos estavam bem e de bom humor. Por que essa é a lei da vida né? haha 
A piscina quente faz toda a diferença, e como o tempo ajudou, também foi tranquilo por não estar ventando e ocorrer um choque térmico e os meninos ficarem doentes. Nós adoramos o resort e com certeza voltamos lá!


Beijos





terça-feira, 16 de maio de 2017

Bonecas e meninos

Muitas pessoas que me conhecem, principalmente pessoalmente, sabem sobre a minha busca por ensinar aos meus meninos sobre empatia, respeito a diferenças, questões sobre gênero, feminismo e tantas outras coisas que acho importante para a construção de um cidadão.

Sempre busquei mostrar ao Gabriel o quanto ele era livre para fazer suas próprias escolhas e sempre ensinei para ele que  não existem diferenças entre meninos e meninas, alias eu nunca ensinei qualquer diferença para ele. Sempre fizemos questão de mostrar o quanto eu e o pai dividimos as tarefas domésticas e da vida. Sempre fiz questão de mostrar para ele que a dor e a vivencia do outro deve ser respeitada independente da nossa visão da vida. Pois bem, criamos um garotinho muito carinhoso, educado e que é constantemente corrompido pelo sistema. SIM

Eu me lembro quando era pequena e ouvia dos meus pais o quanto eles me ensinavam e o mundo lá fora fazia o contrário do que era feito por eles. É exatamente isso. Educar uma criança definitivamente não é uma tarefa fácil, posso dizer com toda a certeza de uma mãe que é a coisa mais dificil quando nos tornamos responsáveis eternos de um ser.
Algumas coisas bobas que nossos filhos ouvem ou mesmo veem já mudam tudo, é um trabalho de formiguinha, uma construção lenta e que só teremos resultado ao longo do tempo. 

Pois bem, o cabelo do Gabriel sempre foi meio tigelinha e ele adora o cabelo. Esses dias me disse que o cabelo dele era de menina!
Eu perguntei porque ele estava falando aquilo e ele me disse "ah mãe, lá na escola as meninas tem cabelo grande igual o meu". Então lá fui eu, sentei ao lado dele e perguntei se ele gostava do próprio cabelo e se gostaria de cortar e ele me disse que sim, gostava do cabelo e não tinha vontade de cortar. Então eu expliquei que não existe cabelo de menino ou de menina e sim cabelos, que podem ter cortes, tamanhos e cores diferentes.

Nós sempre demos a liberdade de escolha de brinquedos e ele sempre fez o que queria. Já compramos vassoura (o Joaquim ama muito), nós brincamos de comidinha e já até brincamos de bonecos (eles não tem bonecas, por uma questão que nós nunca demos e nem ele escolheu) mas ele começou com uma história de rosa e roxo era cor de meninas e que meninas não brincavam de carrinhos ou qualquer coisa que na cabeça dele era coisa de menino. E eu fiquei um tanto chocada com aquilo e comecei a questionar e dizer que eu era uma menina e ele então não me deixaria brincar? e ele em sua inocência me disse mas mamãe você pode sim (na cabeça dele meninas seriam as crianças da sua idade)! E então, eu disse que todos nós podemos porque não existe brinquedos de meninos ou meninas e muito menos cores.  

Nós nunca incentivamos o Gabriel a torcer para time de futebol, não tenho interesse nenhum em fazer ele se sentir na obrigação de gostar de algum time especifico para agradar, ainda que ele tenha entendido lá pelos dois anos e meio qual era o time do avô e do pai. Ele aprendeu o hino do Corinthians, ouvindo o jogo do time, que o pai tava ouvindo no rádio. E ele usava o futebol para agradar principalmente o avô e isso foi uma fase e hoje ele nem liga. 

Ensinamos ao Gabriel a respeitar as pessoas, os animais, a cidade e tudo que envolva o ambiente onde vivemos. Ele começou a fazer brincadeiras de tirar sarro, rir da nossa cara quando estávamos bravos, quando o Joaquim queria passar, ele entrava na frente e impedia a passagem do irmão e gargalhava. E lá fui mais uma vez ensinar que não era legal tratar as pessoas assim, que devemos nos colocar no lugar do outro e pensar como nos sentiríamos se fosse com a gente. 

O Gabriel não é incentivado a brincar de luta, nem a gostar de armas e brincadeiras de "matar", toda arma de brinquedo que venha com algum brinquedo, nós jogamos fora. Nós ensinamos ao Gabriel quem nem de brincadeira é legal machucar o outro. E ele já aprendeu isso, se ele vê alguma criança brincar de arma, ele corre e fala para gente. Ele aprendeu que luta é para defesa pessoal e nunca para machucar alguém. 

Pois bem, nós fazemos o que está ao nosso alcance para ensinar para este ser que está sob nossa responsabilidade a ser alguém respeitoso, que tenha empatia, respeitando as diferenças sendo elas qual forem. 

Esse final de semana aconteceu uma situação, onde eu e o Bruno tivemos que dialogar e mostrar uma outra visão ao Gabriel. 
Nós não temos TV aberta ou a cabo em casa, só deixamos ele assistir NETFLIX e só na TV, sem acesso a celular ou a tablet e vamos muito bem, obrigada. E ele chegou em casa dizendo que queria ir ao Mcdonald's, queria um brinquedo do Mclanche feliz e queria muito. Nós percebemos que muita das coisas que ele aprende vem da escola e nós ao mesmo tempo que não concordamos, sentimos um pouco de dó de ver ele pedindo, os amigos falando e ele não ter. Por mais que nós discordamos dessa competição do "eu tenho e você não". 
O mais interessante é que ele não gosta do lanche, no máximo da batata fria mas nós levamos ele. Fomos ao sábado no shopping, na hora do almoço, ele já saiu de casa falando que queria o Batman. 
Chegando lá, fiquei na mesa com os meninos e o Bruno foi lá mas não tinha o Batman. Então o pai trouxe a Batgirl. O Gabriel começou a chorar, porque aquilo era uma boneca de menina e ele não era uma menina. Ele ficou muito magoado e não deixou que eu abrisse o brinquedo. De inicio, pensei em levantar e ir lá achar algum boneco para ele. Mas o Bruno já começo a falar da boneca e o quanto ela era legal. Disse que se o Gabriel não quisesse, ele ia pegar para ele, que ela era uma super heroína, tão boa quanto o Batman. E ai o Gabriel começou a prestar a atenção no que o pai falava e pediu para abrir o pacote e começou a brincar com a boneca.




Essa situação serviu para nos mostrar que tudo é uma questão do que nós falamos e o exemplo que nós damos ao nosso filho. Eu poderia muito bem ter me levantado e trocado por qualquer outro brinquedo intitulado para meninos. O próprio pai quando estava o balcão escolhendo o brinquedo disse que todo mundo que estava com o filho, mostrava o brinquedo destinado ao gênero.
São os nossos exemplos e comportamentos que ensinam aos nossos filhos. Aprender desde pequeno faz toda a diferença!
Desculpem o texto enorme mas achei interessante compartilhar esse momento. 

Beijos 



sábado, 13 de maio de 2017

Porque eu continuo?

Faz algum tempo que não escrevo, mais um bloqueio criativo, afinal tenho tantas coisas para compartilhar. Esse mês completou um ano do meu retorno da licença maternidade, coincidiu com as minhas férias e estou imersa na missão de me redescobrir. E para isso estou empanhada, lendo muitas coisas, fui a um seminário de mães e ao TEDx em são paulo. Assisti algumas lives durante o dia todo no Facebook na quarta. Todo esse conteúdo que estou lendo tem algo em comum, todos falam sobre maternidade, a mãe empreendedora, vida profissional e a mulher se reencontrar após a maternidade.

Os últimos textos que escrevi por aqui, falaram muito sobre este assunto especifico. E sim ainda estou nesta busca, para mim a maior mudança após a chegada dos meus dois filhos com certeza é sobre se redescobrir e o quanto isso é dificil pra mim. Eu me sinto perdida, sem direção, sinto que tenho algo muito importante para contribuir com o mundo mas não consigo externar isso.

Após tantas palestra, ouvir tantas pessoas que admiro cheguei a conclusão que preciso escrever por aqui, compartilhar meu dia a dia na internet e sabe porque? Além da maternidade ser solitária e a internet trazer esse 'convívio' com outras pessoas que tem algo em comum com a gente, sinto que posso contribuir tanto. É muito dificil para mim me enxergar sozinha sendo uma mãe nova e sem nenhuma amiga que tenha filhos e que tenha o mesmo segmento de pensamento, criação e valores da vida. E a internet mostra para mim que existem sim mães que pensam como eu e como é incrível poder dividir, compartilhar, conversar e expor pontos de vista.

Muitas vezes me questiono sobre a exposição da minha vida pessoal na internet e por muitas vezes tento ser mais reservada, tenho medo de julgamentos mas ainda assim tenho muita vontade de compartilhar. Adoro receber comentários de pessoas que estejam passando o mesmo que passo em casa, dividir experiencias é tão bom. Me sinto muito acolhida. Por esse motivo resolvo sempre continuar a escrever.

Escrever no blog, me deixa feliz e acho incrível encontrar no histórico tantos relatos sobre a nossa vida e tantas coisas legais ou não que aconteceram e que consegui registrar por aqui. Este é mais um motivo para que sempre acabe voltando e continuando com o blog.

Vou fazer um post dedicado só a essas palestras especificamente e já digo que foram grandes aprendizados. Experiencias extremamente enriquecedoras para este meu processo de me encontrar. Volto muito em breve contando como tudo aconteceu!
Espero conseguir me reencontrar e enquanto estou neste processo vou relatando ele por aqui e no
instagram também @nossavidacomgabriel  segue a gente por lá também.


Beijos