quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Televisão para que te quero?

Para quem convive com a gente, sabe que nós cortamos a TV do Gabriel. Muitos ficaram tipo: 'ai que dó' 'só um pouquinho não tem problema' e o papai ficou 'nossa você é muito radical, ele adoraaa'
Pois é, ele adora e adora tanto que estava deixando de dormir. Simplesmente acordava as três da manhã gritando e pedindo Peppa. E a nossa rotina aqui em casa era toda na TV, ele chegava da escola ligava a TV e era isso até as onze da noite quando com muito custo ele dormia. E ele acorda as sete e meia. Ficava com sono e era uma luta tirar ele da cama, choro sem fim e irritado.
E ai que eu percebi que o problema eramos nós que encontramos na TV 'momentos de tranquilidade' porque quando o Gabriel tava lá na TV, ele ficava quieto e não ficava chorando ou bagunçando. Pois é, ai que fiz o teste e um belo dia não liguei a TV e antes de dormir li uma historia e coloquei ele no berço, liguei o abajur e fim. Ele dormiu em meio hora, reclamou, chorou mas logo se 'conformou'. Nessa noite ai, dormimos ela inteira, ai que delicia!
E ai que mantivemos essa rotina e ele ficou uma semana sem ver TV e a gente teve que se virar nos 30 para arranjar atividades para distrair ele ate a hora do jantar, banho e cama. Depois dessa semana, começamos a de vez em quando, no final de semana deixar ver bem pouquinho. Mas eu já fiquei meio com pé atrás. E até então nossas noites estavam lindas e dormidas, amém! Até que essa semana o Gabriel ficou doente e nós liberamos geral a TV e teve uma noite que ela ficou a madrugada toda ligada. E ai as noites loucas voltaram, muitos gritos e choros. E eu que achava que era tudo coisa da minha cabeça louca e neurótica, mas não. E ai que essa noite passada nós não deixamos assistir TV e saímos com ele. Ele brincou loucamente com o gatinho da minha tia e quando chegamos em casa foi um banho e cama. Demorou uma hora pra ele dormir, ele reclamou, choramingô e enfim dormiu. E dormiu a noite toda.
Ou seja Gabriel e TV não combinam!
Alguma pessoas, incluindo o pai, me acham radical demais mas na verdade eu só estou fazendo o que para mim é o melhor a se fazer, eu amo o Gabriel e quero o melhor para ele. E a TV não é o melhor, ele brinca bastante e acaba que a TV não faz falta, ele nem pede para ver. E se alguma vez ele toca no assunto Peppa ou o Caillou por exemplo nós cantamos a música e conversamos e fim. Ele não fica desesperado! Acredito que quando falam que eu sou ruim é porque não conseguem ver de outro ângulo, é muito mais saudável criar ele sem o vicio na TV, tablets e celulares. Aqui em casa nós não temos nada disso, a única coisa que fazemos é deixar ele ver as fotos e vídeos que tiramos dele (ele ama isso). E tem um aplicativo da Fisher price que era a salvação na época que ele estava internado, porque deixava fazer fisioterapia. Mas só... E não acredito que essa seja a única maneira de ser educar e sim a maneira que eu encontrei de contornar uma situação. E as mudanças e estratégias que eu coloco em prática e estão de acordo com meus princípios, eu me reformulei em vários aspectos depois do Gabriel e esse é mais um. E eu não acho que se outra mãe deixa seu filho na TV sempre é uma péssima mãe, na verdade, só que aqui na minha casa a TV foi a vilã (e nós cúmplices). E por enquanto a TV esta suspensa e nós estamos caçando criatividade para entreter ele :D

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Coração Valente!

Filho mais uma vez venho deixar a minha visão referente a um momento histórico que vivemos no dia de ontem.
É muito bom ter um espaço onde eu posso te descrever a minha visão de acontecimentos, espero que um dia você possa ler e tenha as suas opiniões mas mesmo assim respeite a da sua mãe. Assim deve ser.
Ontem foi dia 26 de outubro de 2014, segundo turno das eleições para presidente. E não foi fácil. Não foi fácil durante este um mês e meio escolher o candidato que pudesse representar os nossos ideais. Nós escolhemos no primeiro turno uma mulher, que conseguia nos representar com suas propostas, mas vivemos a democracia e a nossa escolha não foi a vencedora. Partimos para o segundo turno tendo certeza que seria muito difícil optar, afinal nenhum dos dois candidatos eram bons. Mas nós optamos pelo 'menos pior', optamos por uma mulher que tem história. De qualquer forma meu filho a nossa opção foi a vencedora, mesmo que tenha sido difícil. E até aqui tudo bem, afinal meu amor, democracia é isso. É o direito de escolha e vence o mais votado!
Mas o post de hoje não é só sobre isso...
Fiquei perplexa de saber que tantas pessoas simplesmente fizeram discursos de ódio em suas 'redes sociais' e denominaram aquilo de opinião e liberdade de expressão, mas na verdade tudo aquilo é preconceito, xenofobia, discurso de ódio, foi triste... Foi lamentável.
A você meu filho quero deixar o melhor do mundo e de educação, sabendo assim respeitar o seu próximo e sua visão de mundo, mesmo que ela não tenha nada a ver com a sua. O respeito é a base de qualquer relacionamento! Então hoje além de ficar 'feliz' ( na teoria, afinal minha candidata de fato perdeu no primeiro turno mas feliz por saber que meu voto foi vencedor e escolhi o que era melhor) e querer para o meu país situações e condições melhores. Quero de coração que as pessoas consigam respeitar o próximo e vivendo em tempos de internet, facebook e instagram ondem pessoas simplesmente mostram quem são pelo simples fato de ser virtual e não dar a cara a tapa de fato e se escondem atrás de seus celulares e computadores, espero que elas consigam mudar seus pensamentos e que comecem a perceber que o que faz uma nação não é só o presidente eleito e sim o seu povo e como ele se comporta. Não adianta criticar o político corrupto se nós somos corruptos também, se furamos fila, se somos mal educados, jogamos lixo no chão, pagamos um dinheiro a mais para ter vantagem em algo e etc...
Se sabemos que existem pessoas se aproveitando de privilégios indevidamente e somos coniventes, somos cúmplices e simplesmente não denunciamos! Para começar a melhorar o nosso país, devemos mudar esta nação que já se contenta com pouco, permite o errado no seu dia a dia e se acomoda. Nós temos que ser a mudança que queremos no mundo Gabriel!
Quero que você seja um homem incrível, de caráter e acima de tudo tenha respeito e amor ao que faz, pensa e escolhe.
Que no futuro você tenha a chance de também optar por aquilo que você acredita e não optar por alguém que não te representa. Que você seja autêntico o suficiente para defender o que acredita sem se deixar levar pela opinião alheia!

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

O dia que eu sai de casa...

Enfim o meu dia chegou. Alias, o nosso dia!
Criamos coragem e saímos sábado a noite, passamos a madrugada fora e o Gabriel dormiu na minha mãe.E de inicio não foi fácil!
Primeiro decidimos que estava na hora de curtir um pouco, só nós. Mas até ai ok. Decidimos do nada, enquanto faxinavamos. Nós já estávamos planejando desde a semana passada, eu nem levava fé que íamos...Já estava pré combinado com a minha prima.
Combinamos também com o nosso fiel casal hahahahaha (temos um casal bff, praticamente um relacionamento a quatro que já tem um ano <3) e nós nunca saímos sozinhos com eles. Sempre que fazíamos algo, era aqui em casa. 
Como nós já estávamos planejando, já tinha avisado semana passada para minha mãe e pedido para ela ficar com o Gabriel. 
Chegou de noite e arrumamos o Gabriel, demos um banho e pegamos os brinquedos preferidos. Mandei o travesseiro e a coberta. Chupeta e naninha. Meu pai veio buscar. 
De inicio foi estranho mas me senti leve. Sem pressa para me arrumar, poder ficar com o Bruno. Foi bom. 
Nós fomos de carro com a minha prima e a amiga dela. Fomos jantar um lache. Andamos de mãos dadas e tranquilos, mas parecia que estava faltando alguma coisa, de inicio denominamos de vazio mas em seguida chegamos a conclusão que estava faltando um pedaço. Dá saudades mas sobrevivemos.
Logo depois de jantar só nós dois, nos encontramos como nossos amigos e fomos.
Como é estranho hahahahaha me senti a pessoa mais velha do mundo. E para mim a maioria das pessoas ali tinham uns quinze anos e eu uns quarenta. Hahahahaha mas a parte boa é que eu consegui ficar tranquila e sem ficar pensando muito no Gabriel. Na verdade eu me desprendi um pouco e conseguir não pensar, simplesmente confiei, aceitei e agradeci. E foi bom, confesso. 
Fomos na Outs Club e era open bar, não preciso dizer que foi o maior porre da minha vida, levando em consideração os três anos que eu não saia. Nove meses de gravidez e dois anos e três meses do Gabriel. 
É claro que eu já sai outras vezes sem ele mas sempre durante o dia. Passar a noite longe era algo surreal para mim.
Sempre tive medo demais. Dele estranhar, da minha mãe não dar conta. Ainda bem que alem dos meus pais, a minha irmã também ficou com ele. 
Enfim...
E porque estou fazendo um post sobre isso? Porque para mim foi difícil demais viver este momento. Eu simplesmente não conseguia imaginar como seria, só de pensar tinha calafrio. Depois de um certo tempo comecei a me sentir frustrada por não conseguir sair. E é muito bom saber que existe vida após a maternidade. Você pode sim ser egoísta e querer um momento sem ser só a mãe.
A coragem que me faltava, hoje conquistei e quero sair mais. Foi muito libertador (já disse que essa palavra esta me perseguindo?). Talvez soe muito estranho tudo isso, mas só quem já passou por momentos reclusos e sem coragem de sair vai consegui entender e compreender a magnitude de tudo isso!
Então se existe alguém por aqui que assim como eu não consegue. Pare de se boicotar e crie coragem. Porque é bom demais :)


Beijos 

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Entre a cruz e a espada!

Estou vivendo mais um momento de transição. Assim como foi da gravidez para a vida de mãe concreta. Vivo um periodo de começo de liberdade. Quando estamos gravidas, estamos nos transformando por dentro, nos preparando, aguardando e cuidando do ninho. Vamos receber em nossos braços o maior amor do mundo e somos eternos responsáveis por eles. E ao mesmo tempo que isso é maravilhoso, é muitas vezes sufocante. Sufoca a falta de um momento nosso. Um momento a dois. Um momento com amigos. NUNCA mais você sentira tranquilidade se não estiver ao lado daquele que saiu de você. Ter um pequeno serzinho tão dependente faz você se auto boicotar. SIM! Você encontra motivos para negar tudo que faça você sair de perto. (Essa é a minha experiencia, se com você foi diferente, ok). E quando você pensa em sair com a cria, tem que valer muito a pena. São tantas coisas que você tem que levar junto (carrinho, fraldas, lenço umedecido, pomada anti assadura, troca de roupa de frio, troca de roupa de calor, paninho de boca, blusa, cobertor, remédio de cólica, se tomar mamadeira, tem a mamadeira, tem os potinhos com o leite em pó.) Até tudo isso ficar pronto, já ta na hora de trocar o bebê de novo, ele já ta cansado, com fome, enfim... E se você não tem carro, é mais difícil!

Ai passamos dessa fase, uhul! Agora estamos na fase que uma bolsa pequena com duas fraldas, lenço umedecido, pomada e uma fralda para a hora da naninha. FIM! Só isso minha gente, liberdade! (tô pensando seriamente em tatuar essa palavra de tão boa que é). 
Ai agora nós estamos mais tranquilos, podemos começar a pensar em sair mais, neném crescido e tudo mais. Tirando aquela culpa básica de sair e deixar a cria. 
E ai que eu estava louca para engravidar de novo. Sim, você esta lendo certo. Queria muito. Muito mesmo. Mas nós sempre temos uma série de prioridades antes de ter um novo filho. Hoje somos três e a Mia. Mais uma pessoa na nossa família, hoje, nos privaria de muitas coisas e principalmente de poder proporcionar tudo que há de melhor para dois filhos.
Mas de verdade o que mais me impede de ter um filho é estar acima do peso. Fui ao médico e ele foi muito claro em relação a isso. Isso será tema de um post. Nosso espaço físico também acaba nos impedindo de ter outro, afinal nós moramos em uma casa com um quarto. Se já é difícil um, imagine dois? Pois é...
Mas muito mais do que tudo isso, algo anda martelando na minha cabeça. A falta de liberdade que nós temos com um filho pequeno e que aos poucos estamos reconquistando e com o nosso filho ao lado. Ele crescendo nos da a oportunidade de incluir ele em vários passeios e juntos conquistamos essa tal liberdade.
Quando eu penso que comecei a namorar aos 15 anos, engravidei aos 19 e casei aos 20. Me lembro que não fui 'jovem'. Não vivi essa fase, por menos falta que me faça ter saído para baladas e tudo mais. Hoje isso anda me incomodando, existe algo dentro de mim que pede isso. Pede para sair, pede para estar com o Bruno, pede uma saída sem rumo, saída sem hora para voltar. A menina que não viveu a juventude em sua plenitude, está gritando. Ter ido duas vezes na vida na balada, uma no aniversario de 18 e a outra na de 19. Fazem dois anos que não vou ao cinema.
Veja bem, não me faltaram oportunidades, mas como eu disse lá no começo, eu me boicoto sim. EU SEI!
Eu sei e não nego. Não é fácil, me sinto culpada, sinto que cuidar e criar  o Gabriel é responsabilidade minha e do Bruno. Não gosto de deixar ele com ninguém, porque eu sei que não é fácil, porque sei que ele chora, sei a rotina dele, sei decifrar os problemas no primeiro resmungo, sei consolar e a minha paciência e do Bruno ninguém vai ter. E só existe uma coisa que me deixar mais angustiada do que tudo, é tirar a 'paz' de alguém, a liberdade e exigir dela algo que eu DEVERIA estar fazendo. Me sinto culpada sim e não gosto de deixar o Gabriel com ninguém. Me sinto mal e que estou incomodando demais. 
Ai penso, se eu não fizer isso agora, nunca mais vou. Afinal não seremos jovens para sempre. E o Gabriel é pequeno e podemos esperar mais um ano (no máximo) para ter outro bebê.E fico nesse ciclo louco e vicioso.
Eu acredito que nunca fui tão clara em um post, nunca consegui passar exatamente o que sinto em palavras, talvez hoje eu tenha conseguido. Só TALVEZ.

boa noite.