segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Trinta e duas semanas e três dias, achei.

Pela primeira vez na vida ficamos duas horas em uma sala para consulta de pré natal e não foi na de espera. Eu ainda nem acredito como duas horas podem passar tão rápido e a gente nem perceber. Ontem nós fomos na nossa primeira consulta com a obstetriz Raquel, só posso dizer que, me senti acolhida e finalmente estou em paz. Coincidência ou não, essa noite após a consulta foi a minha melhor noite dormida dessa gravidez. Que sensação boa acordar descansada e tranquila. Nós marcamos a consulta a noite (mais uma coisa que eu adorei, porque não tenho que ficar correndo para conciliar horários), nós chegamos e ela estava lá nos esperando (sem sala de espera de duas horas para cinco minutos de consulta), o lugar é tão gostoso, parece quintal de casa de vó hahaha... É no mesmo espaço onde tem a roda de gestante que nós fomos. Ela viu todos meus exames, fez uma nova carteirinha de pré natal (dessa vez com tudo certo, porque a minha anterior estava com algumas informacões erradas ou incompletas). Fizemos uma ficha com nossos dados. Ela fez muitas perguntas sobre como estava me sentindo, como era minha alimentação (não é das melhores), minha rotina, exercícios físicos (sedentária sempre), sugeriu que eu fizesse yoga. Me pesou, mediu pressão e ouvimos o coração do bebê. E ele deu um chutão quando ela colocou a mão na barriga, acho que curtiu ela, já que não mexe e nem chuta para todo mundo, até agora só o papai, a titia, a vovó e a bisa sentiram ele. Agora tenho exames de sangue para repetir e tomar algumas vacinas. No mais esta tudo certinho e eu estou muito feliz e satisfeita. Agora acredito que tudo vai fluir muito bem. Já marcamos uma próxima consulta e já posso dizer que encontrei quem eu procurava.


domingo, 6 de setembro de 2015

Sobre a insônia que deu trégua...

Durante a gravidez do Joaquim, em suas 32 semanas, eu dormi muito pouco. Foram noites e mais noites pela metade, foram dias cansada. A maior parte dessas noites, eu acordava de um pesadelo onde caia em uma cesárea, onde eu morria, onde eu e o Joaquim éramos maltratados, o Joaquim ia pra UTI, enfim... Muitas coisas na minha cabeça. O fato de saber que meu parto estava jogado a sorte me deixava muito apavorada e eu sofri muito, chorei muito. Sem o Bruno no Brasil parecia que era pior ainda, porque ninguém que eu conheço conseguia entender a dor que eu sentia. Mas existem momentos que são decisivos na nossa vida e então eu resolvi encarar tudo isso e ir atrás desse sonho. O Joaquim vai ter um nascimento digno e respeitoso, eu e o Bruno enfim vamos viver essa experiência. Depois que bati o martelo e resolvi abraçar tudo isso e o Bruno super entrou nessa comigo, tudo ficou maravilhoso. O Bruno enfim chegou dos EUA e nós fomos em uma roda de gestante, que foi incrível, como é bom conversar com quem sabe do assunto. A minha insônia foi embora e deu lugar a noites mais tranquilas e a dias mais animados e esperançosos. Tenho ciência que nem todos tem a mesma sorte de poder encarar tudo isso mas estou fazendo todos os esforços possíveis para tudo ser como um dia sonhei. Aqui já deixo gratidão à todos que estão de alguma forma ajudando, mesmo que seja só torcendo para tudo dar certo. Hoje me sinto tranquila e a espera do meu amor, Joaquim. 
Nós enfim marcamos uma consulta com uma obstetriz e estou animada para chegar logo, tenho algumas dúvidas e quero logo saber como é uma consulta com quem acredita no meu corpo e em mim. É incrível como meu empoderamento estava enfraquecido, como a cada consulta com o GO fofinho do convênio conseguia me amedrontar, mesmo ele "sendo a favor"do parto normal. Tentei encontrar algum outro médico do convênio que fosse a favor de verdade do parto normal. Encontrei um louco que me disse coisas horríveis, uma delas seria que eu mataria meu bebê e que meu útero explodiria. Não discuti, só concordei e fugi. Fora as palpiteiras de plantão que enfraquecem tudo, conseguem te deixar com caraminholas na cabeça, é muito difícil se manter firme. Depois que o Bruno chegou, me sinto muito mais confiante, tenho alguém pra conversar e que me ouve e o melhor consegue compreender exatamente o que eu sinto, afinal ele também sente o mesmo. Todas as vezes que pensava no Joaquim nascendo, pensava só em coisas horríveis que nós passaríamos com um plantonista ou em um SUS. E hoje só consigo pensar que vai ser muito lindo e mal posso esperar para o nosso encontro enfim acontecer. Vem Joaquim <3

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

O desfralde desencantou!

Quando o assunto é Gabriel, eu costumo ser muito flexível e tentar ao máximo respeitar o momento dele. É obvio que as vezes não consigo, sou humana e tenha falhas, porém sempre que consigo respeito muito ele e as vontades. O desfralde é um assunto que ronda a nossa vida desde o final do ano passado, o Gabriel completou dois anos e começou a rolar aquela cobrança da minha parte e de todos, e aí não vai desfraldar? E eu fiz até um post aqui sobre a preguiça que eu sentia para fazer o desfralde com um bebê de dois anos que não falava e não sabia expressar. O Gabriel já falava sim porém não o suficiente para entender e até demonstrava um certo interesse em tirar a fralda (muito por conta do calorzão). Comprei um redutor de assento e ele não curtiu. Fui com ele no mercado e ele escolheu um pinico da Peppa, achei que nesse momento tudo ia desenrolar. O desfralde na escola começou e ele fazia todos os xixis da vida na calça, não teve um dia que ele tenha feito no banheiro. E eu também não estava levando fé no desfralde e colocava fralda nele (ok, não ajudei muito).De qualquer forma eu sentia que não estava sendo um processo natural e sim algo totalmente forçado e que nós (nem ele e muito menos eu) não estávamos na 'vibe' do desfralde. Até que começou o frio e a tia da escola disse: Mãe, traz fralda que o desfralde não vai rolar. Pausa aqui.



~ Acho muito interessante que a maioria das pessoas que falavam comigo sobre desfralde, principalmente quando era para dar dicas, todos diziam que uma vez começado o desfralde, o mesmo não pode voltar atrás, para que eu não confundisse o Gabriel. E outro ponto é que todos estavam preocupados com o fato de eu estar gravida e o Gabriel usar fraldas, além do gasto, eu teria problemas com ele se eu demorasse para o desfralde acontecer e ele não sairia da fralda ou regrediria. A minha posição em relação a isso é uma só: Eu não posso culpabilizar o Gabriel com a chegada do bebê, então gastos com fraldas nunca foi meu foco ao tentar o desfralde dele, não ia desfraldar na pressa. A minha intenção era apenas livra-lo da fralda que ele já não estava curtindo e estava enxendo o bumbum de bolinha e deixando ele super incomodado. E sobre regredir no desfralde, também nunca foi meu foco, traumatizar ele e desfraldar a todo custo já que eu tinha começado, sempre que me perguntavam, dizia: Não conheço nenhum adulto que continue nas fraldas, uma hora o desfralde vai rolar! Eu comecei a perceber que ele tinha muito medo de ficar sentado na privada ou pinico. Mais um motivo para dar uma pausa no desfralde.~
Então parei total com tudo. Voltamos as fraldas e assim fomos até duas semanas atrás. Mesmo depois de ter parado o desfralde o pinico e o redutor estavam no banheiro o tempo todo, nós conversávamos sobre xixi e coco, ele me via indo no banheiro e assim foi indo. Ele começou a dizer que estava fazendo xixi, coco ou pum. Aos poucos ele começou a falar que tinha que fazer o xixi no pinico e tudo mais. Até que houve uma reunião na escola e a professora me disse que eles queriam começar o desfralde das crianças que haviam completado três anos. E então me pediu para tentar ver a reação dele no final de semana e se eu sentisse que estava pronto, mandaria ele de cueca na segunda feira.
Chegou o sábado de manhã e tirei a fralda dele e comuniquei que agora ele estava grande e que usaria uma cueca e quando ele quisesse ir ao banheiro me falasse. Eu parecia um papagaio em modo de repetição "quer ir no banheiro? tem certeza?" e ele dizia que não, até que rolou o primeiro escape do dia, reforcei que ele tinha que me pedir e mostrei a cueca suja de xixi e que era ruim ficar molhado e sujo. Rolou o segundo escape do dia, com direito a pisoteado no chão com bolo e suco, nesse momento rolou um descontrole e uma bronca mas não pelo xixi mas por ter jogado bolo no chão e pisoteado com xixi. No terceiro quase escape, ele começou a pular igual pipoca e dizia que estava doendo a barriga, começou a correr pelo quintal e eu chamava: "corre, vamos no pinico da Peppa", depois de certa resistência, ele foi comigo, rolou uma sujeirinha na cueca de xixi mas a maior parte foi no pinico. Que festa! Rimos e comemoramos, a minha irmã estava em casa e ele ficou orgulhoso dele mesmo. Comecei a dar uns vinte minutos pós xixi feito e perguntava de novo e de novo. A forma mais eficaz para mim perceber que ele queria ir ao banheiro foi: deixar de cueca e prestar atenção no escape. Ele sujava um pouquinho da cueca e ficava aflito, impaciente e logo eu já falava corre que é xixi e ele saia correndo e fazia. Rolou até coco no primeiro dia. E ele foi sozinho. Já no domingo não rolou um xixi no pinico, foram TODOS na cueca e na casa. Mas faz parte do processo e eu já estava preparada. Segunda feira mandei ele para a escola de cueca e fui conversando com ele no caminho e dizendo que na escola tinha que pedir para ir no banheiro. O primeiro dia não rolou um xixi no banheiro, todas as cuecas e roupas que eu mandei voltaram sujas. Mas nesse dia, rolou xixi em casa e fomos seguindo a semana, no terceiro dia ele já não voltou mais com roupas sujas da escola e voltava com a mesma cueca que eu havia colocado pela manhã. O desfralde noturno ainda não rolou, esses dias esta friozinho, preferi da uma esperada. De qualquer forma, se eu colocar a fralda nele para dormir e ele sentir vontade de fazer xixi, ele pede para ir no pinico. No final de semana, passamos o domingo na casa dos meus pais, levei o redutor se assento e rolou só um escape. E hoje estamos há três semanas no desfralde e o saldo é total positivo, sei que é um pouco cedo para contar vitória mas é muito bom acompanhar o amadurecimento dele e ver como ele se sente feliz por estar conseguindo.
Mais uma vez eu aprendi com a maternidade: as coisas vão acontecer na hora que tiver que ser e nós não podemos querer antecipar ou apressar. Respeitar o tempo deles é essencial para tudo dar certo e fluir como deve ser. Ainda não é um desfralde completo mas é o começo da independência do meu primeiro bebê e isso merece ser registrado!

 :)