domingo, 18 de agosto de 2013

Compartilhando sentimentos!

A vida as vezes nos prega peças e infelizmente as coisas acontecem e não estamos no controle. Na madrugada do dia 14 de agosto um nenenzinho nasceu, super apressadinho, 35 semanas, como é muito pequeno e novo foi direto para a U.T.I. A realidade é que quando passamos por essas situações é inevitável não se colocar no lugar da pessoa. Você já parou para pensar o que passa na cabeça da mãe? Alguém já tentou dar a assistência a pessoa que está mais perdida em tudo isso? A mistura de sentimentos e sensações...Eu nunca disse em palavras claras a realidade. A noticia quando chega você fica em chão e no meu caso em reação. A noticia foi dada muito assim: Ah seu bebê vai para a U.T.I e fim. Não veio uma equipe médica me dizer nada, avisaram para meu marido no momento que ele foi ver porque o bebê não vinha para o quarto. Acho que é a partir dese momento que você começa a reformular sua opinião em relação ao parto e como você é tratado, o teste Apgar eu tive que perguntar pois ninguém disse nada, enfim...Após a noticia, a família ficou abaladíssima e eu continuava estática e sem saber muito o que fazer ou pensar. Quando me liberaram para levantar após o efeito da anestesia, as minhas forças surgiram de tal forma que levantei, tomei banho, me troquei e fui imediatamente ver o meu pequeno filhote. A sensação que tive é que ia morrer, sinceramente não podemos falar o que realmente achamo pois as pessoas se assustam, mas a realidade foi essa, achava que eu não conseguiria aguentar, ver o meu pequeno filhote lá e não poder pegar, trocar, amamentar, cuidar, amar e beijar foi doloroso demais e então eu chorei, chorei pelo parto, chorei pela amamentação, chorei pela nossa separação, chorei por tudo que estava acontecendo comigo e me perguntava: porque comigo? porque com o meu bebê? Foi a unica vez que chorei no processo todo que foi a recuperação, pois quando eu estava saindo da sala da U.T.I a enfermeira disse que não podia chorar lá, tínhamos que passar tranquilidade para o bebê. Se era para o bem dele, foi o que fiz, foi muito difícil, quando eu entrava na sala e via ele, era muito forte a vontade de chorar, o medo, aflição, dava um nó na garganta e os olhos enchiam de lagrimas, foi muito difícil. Na minha opinião deveria ter um psicólogo disponível para conversar com os pais, ajudar, para nós a situação foi complicado, ninguém que conhecíamos tinha passado por aquilo. Foram quinze dias até todo o processo acabar, aos poucos foi ficando mais tranquilo e se não fosse a paciência do papai, a mamãe teria entrado em colapso. Enfim quando fiquei sabendo sobre meu priminho que estava na U.T.I fiquei muito chateada mas ao mesmo tempo aliviado por saber que mesmo tão novinho ele não estava doente, só em observação. A vida da mãe da U.T.I é repleta de duvidas, medos e só quem passa por isso sabe. Quando conversei com a minha prima, me vi novamente naquele momento, passando por tudo aquilo e me deu tanta vontade de chorar. Mas tem que ser guerreira e forte, isso eu sei que somos. 

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