quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Amamentação, vinculo e escolhas #smam

Essa é a Semana Mundial da Amamentação e se existe um tema recorrente na minha vida é amamentar. O Gabriel mal foi amamentado, nunca foi exclusivo e desmamou com uns 50 dias e na época para mim foi um alivio. Sim, você leu certo, um alivio. Eu não gostava de amamentar, sofria demais e não conseguia sentir aquele tal amor por amamentar meu filho.
Junto com o aprendizado sobre o parto, criação com apego veio junto sobre a amamentação. Cai na real de que fui mal orientada e por esse motivo joguei a toalha e desisti da amamentação. Assim como no parto, coloquei como objetivo para um próximo filho, amamentar!
Quando descobri a gravidez do Joaquim, já sabia muitas coisas sobre o assunto mas é aquela coisa, só a pratica vai nos dizer o que da certo para nós ou não. De qualquer forma, tentei me preparar para a chegada desse momento: comprei uma almofada de amamentar, bombinha de tirar leite elétrica, pomada para rachadura, muitos absorventes para seio, bico de silicone, concha para o seio e aguardei.
O Joaquim nasceu e foi fascinante viver toda a emoção do parto e na primeira hora de vida ele mamou, pega correta e o colostro (primeiro leite) estava fluindo bem. Porém o bebê mama muitas e muitas vezes e começaram os problemas, o peito começou a doer, afinal do nada tinha alguém mamando muito e o peito não estava adaptado. No segundo dia o leite desceu de vez e meus peitos ficaram enorme e doloridos. Tinha tanto leite que meu bico do peito começou a apresentar fissuras e amamentar começou a ser um pesar novamente. O Joaquim só queria colo e peito o tempo todo, eu ficava quase o dia todo sentada e meus pés começaram a ficar inchados e eu comecei a querer desistir de novo, queria uma lata de leite e dormir. Chorei como um bebê e pedi para o Bruno comprar uma lata de leite de manhã e que eu ia desistir.
Tudo que eu havia comprado e deixado preparado para a amamentação, a unica coisa que usei de verdade foi a almofada de amamentação. Todos os outros utensílios foram dinheiros jogados no lixo!  
O que fez a real diferença para que eu conseguisse seguir com a amamentação foi a incrivel rede de apoio. A minha doula e as parteiras, ajudaram muito no pós parto, verificaram a pega, orientaram posições para facilitar a mamada, como massagear e ordenhar a mama porque tive um quase empedramento e também hiperlactação (quando jorra leite, dizem que é ótimo mas é péssimo porque o bebê engasga, não consegue mamar e fica irritado e chora, é muito ruim), me indicaram um grupo no facebook (grupos de facebook podem ser melhor amigo das mães) chamado GVA, me ajudou a tirar muitas dúvidas.
A minha família também sabia o quanto era importante para mim poder amamentar e todos me apoiaram. Me ajudaram desde afazeres domésticos, comida, brincar com o Gabriel e até mesmo me incentivar! 
O pediatra totalmente a favor da amamentação, que nunca me receitou fórmula e sempre me respeitou muito acreditando no meu potencial de amamentar meu bebê! Cheguei a ir em um outro pediatra e ele pesou o Joaquim e fez o maior terror da vida comigo, disse que o menino estava abaixo do peso e que se não engordasse 300g em uma semana, eu ia ter que tirar o peito e dar fórmula. Nem preciso dizer que nunca mais voltei lá!
Toda essa rede de apoio e informação foram fundamentais para o sucesso da amamentação, que sempre foi em livre demanda e aos cinco meses dei chupeta, porque voltaria logo ao trabalho e tinha muito receio de como ele ficaria sem peito e ainda bem que não desmamou mas tenho plena ciência que ele pode vir a ter confusão de bicos. Porque qualquer bico artificial seja ele, mamadeira, chupeta, bico de silicone no seio, tudo isso pode prejudicar e muito a amamentação. Dei a chupeta nos primeiros dias e ele quase desmamou por conta da confusão de bicos, então tirei a chupeta e seguimos sem ela ate o quinto mês e ai eu dei a chupeta e não tivemos nenhuma confusão de bico mas também ele não curte tanto a chupeta, é mais na hora do caos que ela salva mas é diferente de como o Gabriel era dependente da chupeta por exemplo! 
O Joaquim nunca tomou outro leite sem ser o meu e mesmo após o retorno ao trabalho ele continua a mamar! 
Não foi nada fácil chegar até aqui mas nós conseguimos e eu que já cheguei a pensar que peito não sustentava, que não amamentaria mais após os seis meses, estou aqui firme nos nove meses e sem nenhuma previsão de quando vamos desmamar! 
E se você não conseguiu amamentar por qualquer motivo que tenha sido não se culpe. Eu me culpei demais por não ter persistido na amamentação com o Gabriel mas depois percebi que hoje sou uma pessoa diferente e amadureci muito e graças ao Gabriel, pude proporcionar ao Joaquim a mãe que sou hoje! Nós fazemos aquilo que é possível sempre e somos humanas e por muitas vezes falhamos, eu acredito que tenha falhado com o Gabriel mas já superei e hoje vivo muito resolvida e tranquila com tudo isso. Mas ja me senti muito incomodada quando via post na internet ou mães comentando como são realizadas ao amamentar, me sentia atingida e isso só foi ruim para mim. Mulheres que são mães, são mães em qualquer circunstância, amamentando ou não, de parto normal ou cesárea e qualquer outra comparação que exista no mundo materno! 
Não vamos nos culpar mas também não vamos menosprezar as conquistas alheias. 

    Cinco dias

   Quinze dias

    Um mês 

    Dois meses

    Três meses

    Quatro meses

    Cinco meses 

    Seis meses

    Sete meses

    Oito meses

Muito amor líquido! 💕









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