terça-feira, 29 de março de 2016

E ai, vai ter mais?

Se existe uma pergunta que estou ouvindo bastante, é essa, e aí, fechou a fabrica? Vai ter mais filhos? Vão tentar uma menina? hahaha
Nós não planejamos nenhum dos dois filhos e ainda que tenhamos planejado nos casar e formar uma família, não teria sido tão cedo como foi. Nós sempre tivemos a consciência de que teríamos filhos e sempre que alguém perguntava quantos filhos nós teríamos, a resposta era que seriam quatro filhos.
Adoramos família grande e esse sempre foi um desejo de nós dois.
Quando o Gabriel nasceu, realizei meu sonho de ser mãe, estava nas nuvens e ainda que tivesse algumas coisas que me chateavam, era uma delicia ser mãe dele. Sempre sonhei com o segundo filho, dar um irmão/irmã ao Gabriel, a interação entre eles, amizade e parceria. Tanto eu, quanto o Bruno, temos uma relação muito boa com nossos irmãos, então nada mais justo do que querer que o nosso filhos tivesse um irmão para chamar de seu.
O Joaquim nasceu e a minha reação foi de ficar apaixonada, amar tudo e ao mesmo tempo ficar me perguntando como daria conta, como achei que era tão fácil. Não é um bicho de sete cabeças ser mãe de dois mas me dei conta que já estava muito simples cuidar do Gabriel numa visão geral e no caso como mãe do Joaquim, estaria começando tudo de novo mas dessa vez com uma consciência diferente, visão diferente e isso foi assustador para mim. Quando me dei conta que havia um bebê e uma criança pequena e a liberdade que aos poucos nós estávamos ganhando de volta, novamente "perdemos".
Não estou aqui para falar sobre julgamentos, sobre dizer a alguém se ela deve ou não ter filhos. A minha experiência como mãe só cabe a mim e então não seria justo colocar isso em questão para outras mulheres. Sei do que posso falar e é sobre mim. 
A minha vida como mãe sempre foi muito bem resolvida, eu engravidei em um momento que não era o ideal mas vivi tudo intensamente, ainda que não tenha aproveitado a gestação e o próprio Gabriel como eu acredito que deveria, afinal, estava preparando o casamento durante a gestação e quando o bebê nasceu estava aprendendo a ser uma mulher casada, dividir casa e adaptando a nova vida de mãe. Que fique claro que eu sempre sonhei em ser mãe, me realizei com a chegada do Gabriel, o Joaquim foi sonhado por um bom tempo, não foi planejado mas também me realizei como mãe dele.
Mas o ponto aqui é o seguinte, ando me questionando muito sobre ser mãe e tudo que isso implica a minha vida como um ser individual. Não me arrependo de ter tido meus filhos e de ter sido tão nova, algumas coisas acontecem porque devem acontecer e é nisso que eu acredito. Porém por muitas vezes venho me questionando sobre a forma como eu lido com isso e o momento em que as duas gestações aconteceram e como eu lidei. 
A chegada do Joaquim me trouxe para uma realidade que eu não enxergava sendo mãe do Gabriel. Por mais consciência que eu tivesse que ser mãe aos vinte anos me tiraria a liberdade que eu estava acostumada, ainda assim não senti muito impacto na minha vida num geral. Sinto que exitei muito em crescer e hoje com o Joaquim na minha vida tomei consciência do quanto um bebê pode tomar de tempo da gente e isso foi impactante. Algumas pessoas talvez não consigam compreender a que me refiro, afinal isso é algo bem obvio mas não era para mim. Eu sou encantada com o mundo materno, eu sonhei muito em ser mãe, em estar grávida, em me casar, eu tinha essas expectativas para a minha vida, porém ao mesmo tempo, conquistei tudo isso mas deixei de viver um momento da minha vida. Meus pais não me deram muita liberdade, era tudo muito controlado e quando fiquei maior de idade e entrei no emprego, tive síndrome do pânico e após um ano de tratamento, engravidei do Gabriel, então não tive tempo de curtir meu momento de liberdade financeira, viajar, conhecer pessoas, viver a fase adulta independente. 
Me casei quando completei vinte anos e o Bruno tinha vinte e três anos, nosso primeiro filho nasceu após um mês de casados e nossa casa ficou pronta quando o bebê completou dois meses. Quando a licença maternidade da gravidez do Gabriel acabou, aprendi o que era levar uma vida de adulta responsável e foi muito dificil lidar com tudo mas tirei de letra mas me deixei de lado. Quando descobri a gravidez do Joaquim, o Gabriel estava com dois anos e seis meses e novamente comecei a pensar mais nos filhos do que em mim mas me prometi que o pós parto, a licença maternidade e ser mãe de um bebê não me engoliria novamente para aquele mundo solitário mas parece que começou a acontecer novamente e estou lutando muito contra isso. 
Começo a me questionar sobre ter filhos, não os que eu já tenho e sim sobre ser saudável ter mais filhos, porque nós sempre cogitamos ter mais de dois filhos mas será viável? será que eu encararia tudo isso novamente? ter um filho é um ato de coragem, não pelo mundo mas por nós, abrimos mão de ser singular para ser plural.
Hoje a minha resposta para tal pergunta é, talvez. Talvez eu não tenha mais filhos, talvez tenha sim mas só daqui um bom tempo, por hora não teremos mais nenhum filho e vamos curtir os filhos que nós já temos!



Beijos :)


2 comentários:

  1. Deixar de ser singular para ser plural. - muito boa esta frase, mas nunca se esqueça que vc é uma pessoa, que precisa ser cuidada, amada, por você!!!!! Os filhos são uma benção!!! ( VC vai compreender kkkkk) mas nunca esqueça de VC, dos seu sonhos, suas ambições!!!!!

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  2. Deixar de ser singular para ser plural. - muito boa esta frase, mas nunca se esqueça que vc é uma pessoa, que precisa ser cuidada, amada, por você!!!!! Os filhos são uma benção!!! ( VC vai compreender kkkkk) mas nunca esqueça de VC, dos seu sonhos, suas ambições!!!!!

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