quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Entre a cruz e a espada!

Estou vivendo mais um momento de transição. Assim como foi da gravidez para a vida de mãe concreta. Vivo um periodo de começo de liberdade. Quando estamos gravidas, estamos nos transformando por dentro, nos preparando, aguardando e cuidando do ninho. Vamos receber em nossos braços o maior amor do mundo e somos eternos responsáveis por eles. E ao mesmo tempo que isso é maravilhoso, é muitas vezes sufocante. Sufoca a falta de um momento nosso. Um momento a dois. Um momento com amigos. NUNCA mais você sentira tranquilidade se não estiver ao lado daquele que saiu de você. Ter um pequeno serzinho tão dependente faz você se auto boicotar. SIM! Você encontra motivos para negar tudo que faça você sair de perto. (Essa é a minha experiencia, se com você foi diferente, ok). E quando você pensa em sair com a cria, tem que valer muito a pena. São tantas coisas que você tem que levar junto (carrinho, fraldas, lenço umedecido, pomada anti assadura, troca de roupa de frio, troca de roupa de calor, paninho de boca, blusa, cobertor, remédio de cólica, se tomar mamadeira, tem a mamadeira, tem os potinhos com o leite em pó.) Até tudo isso ficar pronto, já ta na hora de trocar o bebê de novo, ele já ta cansado, com fome, enfim... E se você não tem carro, é mais difícil!

Ai passamos dessa fase, uhul! Agora estamos na fase que uma bolsa pequena com duas fraldas, lenço umedecido, pomada e uma fralda para a hora da naninha. FIM! Só isso minha gente, liberdade! (tô pensando seriamente em tatuar essa palavra de tão boa que é). 
Ai agora nós estamos mais tranquilos, podemos começar a pensar em sair mais, neném crescido e tudo mais. Tirando aquela culpa básica de sair e deixar a cria. 
E ai que eu estava louca para engravidar de novo. Sim, você esta lendo certo. Queria muito. Muito mesmo. Mas nós sempre temos uma série de prioridades antes de ter um novo filho. Hoje somos três e a Mia. Mais uma pessoa na nossa família, hoje, nos privaria de muitas coisas e principalmente de poder proporcionar tudo que há de melhor para dois filhos.
Mas de verdade o que mais me impede de ter um filho é estar acima do peso. Fui ao médico e ele foi muito claro em relação a isso. Isso será tema de um post. Nosso espaço físico também acaba nos impedindo de ter outro, afinal nós moramos em uma casa com um quarto. Se já é difícil um, imagine dois? Pois é...
Mas muito mais do que tudo isso, algo anda martelando na minha cabeça. A falta de liberdade que nós temos com um filho pequeno e que aos poucos estamos reconquistando e com o nosso filho ao lado. Ele crescendo nos da a oportunidade de incluir ele em vários passeios e juntos conquistamos essa tal liberdade.
Quando eu penso que comecei a namorar aos 15 anos, engravidei aos 19 e casei aos 20. Me lembro que não fui 'jovem'. Não vivi essa fase, por menos falta que me faça ter saído para baladas e tudo mais. Hoje isso anda me incomodando, existe algo dentro de mim que pede isso. Pede para sair, pede para estar com o Bruno, pede uma saída sem rumo, saída sem hora para voltar. A menina que não viveu a juventude em sua plenitude, está gritando. Ter ido duas vezes na vida na balada, uma no aniversario de 18 e a outra na de 19. Fazem dois anos que não vou ao cinema.
Veja bem, não me faltaram oportunidades, mas como eu disse lá no começo, eu me boicoto sim. EU SEI!
Eu sei e não nego. Não é fácil, me sinto culpada, sinto que cuidar e criar  o Gabriel é responsabilidade minha e do Bruno. Não gosto de deixar ele com ninguém, porque eu sei que não é fácil, porque sei que ele chora, sei a rotina dele, sei decifrar os problemas no primeiro resmungo, sei consolar e a minha paciência e do Bruno ninguém vai ter. E só existe uma coisa que me deixar mais angustiada do que tudo, é tirar a 'paz' de alguém, a liberdade e exigir dela algo que eu DEVERIA estar fazendo. Me sinto culpada sim e não gosto de deixar o Gabriel com ninguém. Me sinto mal e que estou incomodando demais. 
Ai penso, se eu não fizer isso agora, nunca mais vou. Afinal não seremos jovens para sempre. E o Gabriel é pequeno e podemos esperar mais um ano (no máximo) para ter outro bebê.E fico nesse ciclo louco e vicioso.
Eu acredito que nunca fui tão clara em um post, nunca consegui passar exatamente o que sinto em palavras, talvez hoje eu tenha conseguido. Só TALVEZ.

boa noite.

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