quinta-feira, 22 de setembro de 2016

O desfralde do Gabriel

Esses dias no Facebook apareceu na minha time line uma imagem falando sobre desfralde coletivo em escolas e sobre ser contra. Compartilhei a imagem e relatei bem resumidamente a minha experiência com o Gabriel e me lembrei de não ter deixado relatado por aqui.
No ano passado, logo após as férias, a professora nos disse que iria começar o desfralde da turma, já que ele estava com quase dois anos e meio e esse era o melhor momento para começar esse processo.
Eu já havia relatado aqui no blog que não concordava com a pressa da escola e da pessoas num geral em desfraldar. Rolava também uma cobrança e culpa, da minha parte também. Afinal, porque ele ainda não conseguia desfraldar, tinha uma pessoa x que o filho desfraldou com um ano e meio. Talvez eu que fosse uma péssima mãe. Nós costumamos comparar e isso é uma coisa péssima, sempre tento me controlar. Cada criança é unica. 
Na verdade o Gabriel não era nada interessado em fazer xixi no pinico e tinha medo da privada. Ele também pouco alcançava a privada e mal falava direito. E por mais que eu tenha comprado um pinico, ele ficava no banheiro, o Gabriel as vezes olhava, algumas outra sentava mas na maioria não dava bola.
Ele começou a "falar" cedo mas aos dois anos e meio não falava o suficiente e não tinha controle sobre a própria vontade de fazer xixi, ainda era automático. De qualquer forma eu havia autorizado a escola a tentar o desfralde, pensava que talvez ele vendo os amigos usarem o banheiro, despertaria vontade e interesse. Era um festival de cueca e bermuda suja. Uma vez ficamos mais de quarenta minutos sentados no pinico na sala de casa e só assim ele conseguiu fazer o xixi. Ele não tinha controle e se assustava com o xixi. Após algumas semanas tentando, sem um xixi na privada, a própria escola concordou comigo, dizendo que o Gabriel não estava pronto. 
Eu sempre acreditei que cada criança tem o seu tempo e que nós deveríamos respeitar isso. A criança tem que ser levada a sério, principalmente no que diz respeito aos seus limites e capacidades. 
Logo em seguida descobri a gravidez do Joaquim e rolou uma certa pressão de todos a minha volta, não por mal mas rolou, sobre o desfrade, afinal comprar fralda não é a oitava maravilha do mundo e comprar para dois, é um dinheiro! 
Mas ainda assim sempre disse que a hora certa ia chegar e nós dois estaríamos preparados. Muitas pessoas me disseram que com a chegada do irmão, ele regrediria em vários aspectos, principalmente desfralde, tirar a chupeta e tentaria ser um bebê. E novamente eu disse que tentaria ensinar e esperar a hora que fosse acontecer. 
O papai foi viajar para os EUA e de repente o Gabriel aprendeu a falar bem, formar frases e começou a demonstrar interesse em tirar a fralda, sentar no pinico (que ficava no banheiro desde os dois anos) e eu comecei a observar. Sempre que possível incentivava ele a usar o pinico, nem que fosse sentar e sempre que eu ia ao banheiro (grávida vai muito no banheiro), levava ele e nós falávamos sobre ele também usar o banheiro, perguntava se tinha xixi no pipi, enfim, não forçava mas tentava interagir e despertar curiosidade nele. 
Quando ele completou três anos, a professora me chamou e disse que muito provável ele estivesse preparado para o desfralde e então eu preferi começar em casa, em um final de semana. Nós conversamos, eu disse que ele ficaria de cueca e que sempre que sentisse vontade chama-se a gente para ir ao banheiro. Rolou alguns escape mas a maioria deu certo e ele conseguia nos avisar. Em uma semana ele já não tinha muitos escapes e já pedia para ir ao banheiro. Foi muito rápido e super tranquilo. Ou seja, ele estava preparado e confiante para iniciar esse processo.
Obviamente eu fiquei muito feliz de perceber que o meu instinto materno falou mais alto e eu respeitei o Gabriel. E também tive muito medo de começar o desfralde gravida de sete meses do Joaquim mas deu muito certo e o Gabriel não regrediu em nada. Continuou firme no desfralde e a chupeta quando o Joaquim completou um mês mais o menos, o Gabriel me deu a chupeta dele e disse que não precisava mais e nunca mais pediu. Mas nós falávamos sobre a chupeta, que era um acessório de bebê e que ele não precisava mais dela.
Hoje o Gabriel tem quatro anos e dois meses e esta completamente desfraldado e nós só colocamos fralda para dormir porque com o frio tava rolando alguns escapes. Mas na maioria das vezes ele acorda com a fralda seca. 
Ele deixa colocar a fralda mas se sente vontade fazer xixi, pede para tirar a fralda e vai ao banheiro. Já usa o vaso sanitário e as vezes faz em pé mas prefere sentar no vaso. 
Eu me culpava muito quando ele tinha dois anos e pouco e nada de desfralde, me sentia uma mãe preguiçosa mas conforme foi passando o tempo percebi que tudo tem sua hora! Dizem que o segundo filho desfralda mais rápido por ter a convivência com o irmão mas procuro não colocar expectativas e sempre repito que cada um tem seu tempo. 


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